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Foto do escritorR. M. Ferreira

Abre a boca, amor...



As Artes do Fellatio in ore


Há um ditado profundamente humanista, acho que aqui de Minas mesmo, que diz assim: boquete e copo d´'água a gente não nega pra ninguém. A despeito da filosofia de zona, nós sabemos que não é bem assim. Por isso, a prosa de hoje é sobre o subtítulo auto explicativo deste post, pelo menos para quem sabe latim ou usou o tradutor do Google. Dito de outra forma, resolvi prosear sobre a arte milenar do boquete. E... não, amada. Eu não vou te ensinar a pagar um.


Reza a lenda, que os meninos homens consideram o melhor boquete das suas vidas aquele em que a pessoa que ora pagava, gostava de fazê-lo. Se trouxermos a reflexão para o exclusivo campo heterossexual, a ideia é a seguinte: a melhor pagação foi por aquela moça que gostava da coisa. Faz sentido. Não deve ser lá muito agradável deixar o precioso na boca de uma princesa, que não tá a fim de lhe prestar as devidas homenagens...


Em se tratando de livro meu, taí uma coisa que as minhas personagens femininas fazem com gosto. O camarada pode ser o filho duma égua, safado, o cretino que for. Mas o chamado da natureza é tão e de tal forma forte, que a heroína se queda, rendida, com a boca cheia d’água. Exemplos? Por aqui abundam. (risos. Gente, eu amo o português brasileiro!). E como estamos nos aproximando do Dia dos Namorados, nada melhor do que oferecer opções de presentes. Escolha a sua categoria, amada.

O Chamado. Quando o boquete é um chamado da natureza

Na categoria “O chamado”, está a cena do quarto, no romance Mar de Desejo. Aqui, o trem lindo todo tanto do Hank Caruzzo, depois de ser chutado, humilhado e acusado injustamente, finalmente cansa de bancar o bom moço e vai atrás da Doutora Juliet Blair tomar satisfações. O desfecho... bom, o desfecho, Mores, como diz a categoria, é o chamado...



“Mas... o chamado da natureza não tardou em fazer seu estrago! O esforço não se sustentou nem por dez segundos. Bastou colocar aquela pica na boca para que a dignidade se esvaísse com a fraca vontade de não se perder nos braços dele. Juliet chegou a suspirar de satisfação. Não gemeu. Mas também nem precisou...

− Sabe por que você me chupa tão gostoso? – Hank provocou. Delicadamente, colocou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha e sussurrou:− Porque você gosta!

Era uma constatação humilhante. Ela se sentiu tão mortificada, que fez menção de parar. Quando afastou ligeiramente a cabeça, o dedo indicador de Hank dançou diante dos seus olhos, numa negativa compassada.

− Não senhora. – ele proferiu a reprimenda num tom quase cínico− Você só para quando eu mandar e se eu mandar.

As lágrimas se ajuntaram em seus olhos. Aquilo era a morte... Não o jeito indecente daquele homem falar, como se ela fosse uma criança mimada, sendo submetida a um corretivo... mas o calor insidioso que insistia em subir por suas coxas, os arrepios que cruzavam de ponta a ponta a espinha, a vontade louca de se acabar numa sessão inebriante de fellatio...

− Isso. Com vontade, garota! Isso mesmo...!” (Mar de Desejo – p. 141).


Ui. Dá até uma quentura, não é? Eu sei. Próxima categoria: Ligações perigosas. E aqui, oferecemos a cena da mesa, na sala dos professores, de O diabo no fundo da sala. Bom, eu não vou passar pano para o Pedro Henrique Braden, porque tem mulher à rodo nesse mundão da literatura hot, que já passa. (Continuem passando, moças. Please!). Mas te confesso que o desfecho dessa cena apareceu primeiro na minha cabeça, antes da sua composição. E, Mores, o que eu ri... mas o que eu ri, não tá um gibi nenhum. (Pera. Ainda existe “gibi”, gente?!). O contexto da cena é o seguinte: Anna Florença está “vigiando” o Pedro na sala dos professores, para que ele faça uma prova de Sociologia. Ele faz a avaliação em tempo recorde, é claro, e fica gastando o restante azucrinando a pobre. Tem lá a sua razão de ser, porque os dois tinham transado na tarde anterior e Anna Florença insiste que só está ali porque o garoto (que de garoto não tem nada...) a está chantageando. Resultado? Ligação perigosíssima baby...!

Ligações Perigosas. Pagar um boquete também pode ser viver perigosamente

– Aqui, meu bem. Bem aqui. – afirmou – Você vai me chupar embaixo dessa mesa, do jeito que gosta: de joelhos, como uma boa menina. E preste muita atenção, professora, não desperdice. Eu quero que você engula. Tudo. Até a última gota.

Um rubor violento subiu pelas faces de Anna Florença. Há menos de cinco minutos, estivera entregue à fantasia de segurar o pau dele.... leva-lo à boca, lambê-lo, beijá-lo.... E agora o bandido a obrigava a chupá-lo no último lugar do mundo em que gostaria de fazer aquilo.

Mas obedeceu. Deslizou para debaixo da mesa, repetindo que não tinha alternativas. Que Pedro era um calhorda, que se aproveitava das suas fraquezas. Que usava a sua atração para manipulá-la como a um fantoche.

As palavras de Luiz Eduardo, desdizendo suas justificativas, explodiram como uma supernova zombeteira. E bem poderiam ter ficado ali, na sua mente, ironizando o seu vitimismo. Mas, bastou dar de cara com a pica que balançava indômita, bem na sua frente, que as mentiras se dissolveram no rio de saliva que encheu a sua boca... “Meu Deus do céu.... Até o pau desse filho da puta é bonito.”

Segurou a rola com as duas mãos. Passou-a levemente pelo rosto, na intenção de sentir seu cheiro e perpetuá-lo na memória. Beijou-o. Deixou que a língua percorresse o pau inteiro, lambendo criteriosamente cada pedaço e cada veia. Por fim, guiada pelos gemidos persuasivos de Pedro, abocanhou a cabeça grossa, enrodilhando a língua pela glande.

– Motherfucking, Baby…

Começou a sugá-lo com determinação. Estava disposta a seguir suas ordens à risca, se entregando à arte milenar do fellatio até que ele gozasse. E engoliria sua explosão de prazer... até a última gota.

Então... um rangido lento denunciou que a porta se abria. Anna Florença congelou. Entendendo o seu pânico, a mão de Pedro pousou delicadamente em sua cabeça. Os dedos desceram para sua orelha e ele lhe fez um afago muito doce. Era seu jeito de dizer para ficar calma. Não adiantou. Continuou apavorada, ajoelhada sob a mesa, segurando o pau duro de Pedro Henrique, entre as mãos.

– A professora Anna Florença está aqui?

Era a voz de Frederiko Kumazaka!

Pedro retirou a mão de seus cabelos. Com um leve inclinar do corpo, voltou-se para o colega de turma. E daquele jeito impertinente, que era tão próprio dele, respondeu ao menino:

– Tá sim. Tá embaixo da mesa, me pagando um boquete. Quer que chama? “(O diabo no fundo da sala, p.162).


Sério. Fala sério! Pedro Henrique Braden realmente faz jus ao título. Vá ser endiabrado assim lá no fundo da nossa sala...! Próxima categoria, Mores, para derreter corações e nos lembrar que boquete, amor e conversa podem ser a solução de todos os problemas do globo terrestre. Como não poderia deixar de ser, a categoria é: Love Story. Para defender o título, a cena do iate, quando Maria Laura e Kim finalmente ficam juntos, sem nenhum segredo entre os dois. Owmmmmmm.

Love Story. Quando amar e rezar são sinônimos

Cabeça livre de ressalva ou ansiedade, retraçou o corpo de Kim Tan com a língua, mordeu, lambeu, cheirou, beijou. Também não era a primeira vez que ele se entregava, abandonando-se ao toque dela, abrindo mão de ser o protagonista do ato, porque detestava ficar por baixo. Mas ali, naquele que era o primeiro dia do resto das suas vidas, ele a observava encantado, corpo e destino colocados ciosamente em suas mãos... e boca.

– Você geme muito bonitinho, sabia? – Maria Laura provocou, olhos nos dele, lambendo a glande, correndo a mão por toda a extensão do pau molhado de saliva.

– Fiquei sabendo. – ele respondeu com a voz gutural, olhos fixos na mulher que o chupava, acompanhando em êxtase cada um dos seus movimentos. – Parece que metade da França também vai saber...

Ela não aguentou a piada e afastou o rosto para rir, temerosa de que seus dentes pudessem machucá-lo. Mas Kim Tan a trouxe de volta, segurando sua cabeça com ambas as mãos, guiando-a de volta para o pau duro e brilhante.

– Volte ao trabalho, Hŏni. Foco, vamos!

Custou um pouquinho para “retomar o foco” e reconectar-se com o delicioso “trabalho” a que estava se dedicando. Por ali ficou bem uns dez minutos, sugando a cabeça, introduzindo a língua no meato, lambendo o corpo, descendo beijos para os testículos. Só parou quando Kim a puxou de volta.

– Vem cá...” (Apenas por hoje, p.187).


E Rosa, amada, dentre todas as cenas boquetosas que você já escreveu... tem alguma preferida? Uai, amore... tem. E não está em nenhum dos romances. Pra mim, o boquete mais icônico que já escrevi, é aquele em que a Anaiz paga para o Fernando e o Henri, no Conto “O Três”. Aliás, como muitas de vocês já sabem, este conto é a premissa original do meu novo romance, O CONTRATO. Embora parta de uma promessa de envolvimento BDSM, O Contrato conta uma história de poliamor, assim como O Três, conto presente na coletânea Quatro Contos Eróticos. Muitos números, né? Por conta disso, aqui não tem categoria cinematográfica, a não ser o de cena icônica, quando Anaiz pede perdão para os dois rapazes e, literalmente, se ajoelha para isso. Pra mim, o grande barato dessa cena é o fato de se desenrolar num café da manhã, e aglutinar na felação não apenas os sabores, mas também as temperaturas...

O boquete icônico de O Três

Primeiro me aproximei de Henri. Enfiei os dedos no cós da sua cueca. Abaixei a peça delicadamente, para deixar exposto um pau grosso, grande, duro e... muito bonito! Aproximei-me de Fernando. Meu deus celta estava com a respiração levemente entrecortada. Quando baixei os olhos, não me espantei ao perceber que bem uns seis centímetros de pica saltavam da cueca boxer branca... Sorri. Eu já havia me esfregado naquele pau enorme. E... tão devagar quanto havia feito com Henri, fui baixando a cueca de Fernando, até o mastro magnífico balançar, em riste, à minha frente.

Meu próximo gesto parecia óbvio. Tanto que Henri e Fernando, ao mesmo tempo, molharam os lábios com a língua, na expectativa de que eu me abaixasse de uma vez. No entanto, fitei meus queridos e perguntei:

− Você se esmera tanto para fazer o café, Henri... Será que ainda está quente?

Henri engoliu em seco. À breve sugestão, seu pau tremeu brevemente.

− Está. Está sim. − ele se apressou em garantir.

− Pode servir uma xícara pra mim, Fernando...? Por favor?

Fui me abaixando... Fiquei exatamente na frente de Henri. Quando Fernando me estendeu uma xícara fumegante de café, ergui o rosto e sorri para os dois. Eles acompanhavam atentamente eu levar a xícara aos lábios... beber o café quente... devolver a xícara para Fernando... e abrir a boca sobre o pau de Henri.

Quando o calor da minha boca, acrescido do calor do café, envolveu a cabeçorra daquela pica, Henri inclinou a bacia para frente, juntou as mãos enormes na minha cabeça e enfiou o pau inteiro na minha boca, até a metade da minha garganta.

− Caralho! − ele espasmou num palavrão.

Produzi toda a saliva que pude. Voltei a cabeça, para evitar o sufocamento e não dei trégua. Mantive o pau na minha boca e chupei com vontade, pressionando minha língua e as paredes da minha boca, movendo minha cabeça para frente e para trás.

Fernando ficou atrás de mim. Delicadamente puxou meus cabelos para cima, de modo que ele e Henri pudessem me contemplar executando a arte milenar do fellatio in ore! (Quatro Contos Eróticos, p.44)


Chega a dar lágrimas nos olhos, né? Também acho... E para concluir, fica a pergunta, cuja resposta é mais clara que manhã de sol no Caribe. O que leva essas moças a gostarem tanto de pagar boquete pros moços? Mor... se liga no calibre da rola. É simples. Se estamos escrevendo literatura erótica, transitando nas praias escaldantes das fantasias, é claro que o totem de adoração tem que ser um mastro. Caso contrário, nem vale a oração. Tá, mas e a realidade?! Tô nem aí pra ela. Não escrevo coluna policial. Escrevo, justamente, para te entreter, te oferecendo momentos de gloriosa satisfação. E muito cá pra nós, a realidade nem é tão árida assim, né? Tudo bem, que em certos casos, sobretudo naqueles grandiosos, trata-se de uma realidade distante. Mas não menos real...

A realidade distante, mas não menos real

De qualquer forma, a gente encerra esta prosa gloriosa, com a boca cheia d’água. Penso que agora você entende o ditado com o qual abri os nossos trabalhos. E como o Dia dos Namorados tá batendo na porta, está com as orações em dia, amada? Se for por falta de opção, o que não falta no site da Rosa é santo! Escolha o seu.


Beijooooooo da Rosa.

E até a próxima prosa!


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