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Foto do escritorR. M. Ferreira

Vibra que eu gosto!



Os brinquedos eróticos são uma realidade para milhões de humaninhos espalhados sobre este lindo planeta azul. Dentre as vastas possibilidades apresentadas nos Sex Shops, sem dúvida o vibrador é a peça preferida. Quem nunca, né? Pois a prosa de hoje é sobre ele, Mores. O Sex Toy mais desejado do momento, nosso amigo de fé e namorado camarada. O vibrador.

Os vibradores são brinquedos multiuso. Tanto abrandam a solidão, quanto podem ser alegremente compartilhados. Do ponto de vista histórico (ah, lá vem a Tia Rosa, de novo!), ainda é corrente uma versão de que os bonitinhos teriam sido inventados no século XIX, com fins médicos. Utilizados para tratar a “histeria feminina", os bons doutores teriam recebido de bom grado a engenhoca – acionada primeiro à manivela, depois à vapor e finalmente por eletricidade – dispensando seus dedos na manipulação da genitália de suas pacientes, até que elas atingissem o “paroxismo histérico” e se acalmassem. Dito de outra forma, dispensava os médicos de masturbarem as senhoras, promovendo orgasmos.


A ideia é divertida. Não por acaso, fez um sucesso e tanto no filme “Hysteria” (2011), que narra a trajetória do médico inglês Joseph Mortimer Granville, inventor do vibrador elétrico em 1883, bem como seu romance como uma jovem sufragista. O filme, que é bastante criativo, se inspirou em uma hipótese apresentada pela historiadora Rachel Maines, no livro “A tecnologia do orgasmo”, de 1998.


A hipótese, porém, não se confirmou. Trabalhos acadêmicos posteriores, observaram que os primórdios do brinquedinho que faz a nossa alegria, passaram longe das práticas sexuais. Nem mesmo para auxiliar os médicos na técnica dos “paroxismos histéricos”. A historiadora Helen King não encontrou uma única evidência, por menorzinha que fosse, de que os médicos masturbassem as suas pacientes como forma de tratamento. À mesma conclusão chega uma outra historiadora, Hallie Lieberman, especialista em história do sexo.


No livro Buzz: A Stimulating History of the Sex Toy (“Buzz: A História Estimulante do Brinquedo do Sexo”), de 2017, Lierberman conta que o Doutor Granville aprimorou o vibrador para tratar dor, dores de cabeça, irritabilidade, indigestão e constipação - em homens! Por outro lado, embora soubesse que a sua engenhoca pudesse ter usos sexuais e até ser utilizado para tratar disfunções sexuais masculinas, o Doutor jamais utilizou sua invenção em mulheres.


Broxante. Também acho. Mas vamos combinar, né Amora? Eu, particularmente, tenho horror à Inglaterra do século XIX. E se tem uma passagem que dispenso nas viagens pelo tempo, é uma chegada na Londres dos 1800. Eca. Também declino para um passeio na Idade Média.


No mundo moderno tem vibrador pra todo mundo!

Todavia, contudo, senão, aliás – como diria a dona Nilda, minha professora de Geografia – se a história que deu origem ao vibrador no ocidente, nada tem de sexy, seu desenvolvimento e maturidade são coisas beeeeeeeeem diferentes. Um rápido olhar no mundo tecnológico do século XXI revela uma profusão impressionante de modelos e usos, capazes de satisfazer todas os bolsos, anatomias e desejos.



The Pearl Royal, o vibrador de 1 milhão de dólares

As inovações tecnológicas ampliaram o universo de opções, produzindo desde vibradores recarregáveis, ecologicamente corretos, a modelos de silicone médico com múltiplas velocidades e movimentos. Sem dúvida, a indústria dos Sex Toys também possui seu nicho de luxo e é capaz de oferecer verdadeiras joias sexuais. São, por exemplo, os casos do Inez, produzido pela Lelo, um potente vibrador feito de aço inox, banhado de ouro 24 quilates e que custa a bagatela de R$ 83.179,00. Ou, o The Pearl Royal (A Pérola Real), fabricado pela empresa Fornicari. O lindo é feito de platina, pérolas, diamantes e safiras e da última vez que eu olhei, custava só um milhão e meio de dólares. Por isso, meninas, faço aqui meu apelo. Comprem os meus livros! Já contei que eu AMO JOIAS? Tenho certeza que vou ficar um mimo com essa pérola pendurada no pescoço...

É lógico que no mundo da tecnologia, os vibradores também receberam suas versões inteligentes. Muitos podem ser programados, sincronizados com música e inclusive, controlados remotamente por aplicativo instalado no celular. É este o caso do brinquedo que o endiabrado Pedro Henrique Braden usa com Anna Florença, na vibrante cena da igreja em O diabo no fundo da sala. Para quem já leu o romance, vale a pena relembrar. Para quem não leu ainda, já passou da hora né More? Corre no site da Rosa, na Amazon, na Livraria da Bok2, na Estante Virtual, enfim, no marketplace que você achar que deve. Fato é que, impresso ou em e-book, O diabo no fundo da sala aguarda pra te tirar do sério!


O Vibrador em: O diabo no fundo da sala

“– O que é que você quer, Pedro? – redarguiu cansada. Ergueu os olhos para ele, concentrou-se em buscar no fundo daqueles olhos verdes algum resto de sanidade. – Justo aqui, nesse lugar?.

Mais uma vez, ele a olhou de alto a baixo. Enquanto fazia isso, acariciava com a ponta do dedo um estojo aveludado, que descansava sobre um dos braços da cadeira. No outro braço, aparentemente esquecido, estava o celular ultra caro, juntando-se às provas de que Pedro parecia estar sempre ostentando a própria riqueza.

– São duas perguntas. – respondeu. – Primeira resposta: quero que assuma, de uma vez por todas, que está comigo porque você quer. Quero que se ajoelhe e me diga que você me pertence e que eu posso fazer com você o que eu bem entender. Além disso, quero que implore. Quero que peça em nome de tudo o que me for sagrado, para que eu te faça gozar. Eu. Nenhum outro, outra coisa ou você mesma, mas Eu. Não porque tenho você nas mãos, mas porque você quer que seja Eu.

Anna Florença ergueu as sobrancelhas. Se algum anjo, em algum lugar da burocracia celeste, estivesse fazendo a contabilidade de pecados, só naquela frase Pedro somara um terço dos pecados capitais. Soberba, luxúria e ira desfilavam na frase, colorindo cada uma das palavras.

Vindo dele, não era nenhuma novidade. Pedro era aquilo mesmo: vaidoso, devasso, vingativo. E, é claro, aquela mistura a enlouquecia, a deixava de “quatro”, babando...

O que Pedro lhe pedia era, simplesmente, que admitisse a verdade. Mas não iria fazer isso. Não para ele. Nunca, nem em seus mais desvairados delírios, sequer consideraria a hipótese de admitir para Pedro Henrique Braden que sentia um tesão industrial por ele.

Inclinou a cabeça de lado. Ao invés de um demônio de olhos verdes, da reluzente “estrela da manhã” expulsa do paraíso, o que via era um homem mal saído da adolescência, carente de afeto e reconhecimento da própria sensualidade. O que era ridículo, convenhamos, porque Pedro era uma delícia.

Porém, ter certeza da fragilidade do demônio, perceber que ele possuía um calcanhar de Aquiles, devolvia à ela um poder que havia perdido no meio daquela história tempestuosa.

– Jura, Braden? – provocou, recorrendo ao sarcasmo para se proteger e, ao mesmo tempo, para provocá-lo – E como é que você pretende me forçar à isso? Vai apelar, de novo, para a chantagem ou tem alguma ideia pérfida, com cordas, fogo e algumas lâminas?

O sorriso esculpido nas forjas dos deuses esparramou-se no rosto bonito, iluminando o dia e as mais escuras gretas da Terra.

– Sua intuição é realmente fascinante, Flora.

A tênue sensação de retomada de poder esmoreceu. Olhou para ele desconfiada, retribuindo o olhar de varredura, medindo-o de alto a baixo.

– Sério? Você pretende me torturar?

– Huhum. – ele concordou, alegremente. À vontade na cadeira, ergueu com lentidão a mão que descansava sobre a caixinha aveludada e fez à ela um sinal com o dedo indicador. – Vem cá, vem...

Não fazia a menor ideia do que ele pretendia. Caminhou devagar pela pequena nave central. Venceu os três degraus que conduziam ao altar. Posicionou-se na frente dele, de pé. E fez um gesto largo com as mãos.

– Estou aqui. Vai me torturar como? Com a sua língua?

Pedro gargalhou. Jogou a cabeça loura para trás, “esparramando-se” na cadeira do oficiante, como se estivesse na própria casa. Ato contínuo, puxou-a para mais perto e descansou o queixo entre seus seios.

– Você bem que queria, não é....? Mas a resposta é não. – ele se afastou. Voltou a atenção para o estojo aveludado e o abriu. A caixa côncava revelou um objeto preto, de silicone, achatado e em forma de “C”. As extremidades eram diferentes: uma era mais bojuda, em formato de pera, encimada por um pequeno anel de encaixe; e a outra, mais achatada, abria-se ao final de uma calda fina. Embora fosse uma engenhoca estranha, sabia perfeitamente do que se tratava.

– Sério? Um vibrador? –juntou as mãos na cintura e ergueu a sobrancelha esquerda. Ele sorriu.

– Eu já te falei pra não duvidar da minha capacidade de ser criativo.

Não duvidava. Justamente por isso, o brinquedo sexual lhe pareceu tão insosso e lugar comum. Esperava mais de Pedro. Sempre esperava muito mais dele. Como suas expectativas eram altas, o pequeno vibrador vaginal e clitoriano causara mais decepção do que excitamento. Sobretudo porque as expectativas de Pedro eram desproporcionais, se comparadas à ferramenta que ele escolhera para lhe “torturar”. Era tão inacreditável, que insistiu:

– Deixe claro, Pedro: é com este negócio que você pretende me forçar a te implorar pra me comer?

– Huhum. – ele pegou o objeto. Como dissera na mensagem de WhatsApp, imiscuiu a mão por baixo de sua saia. Veio subindo os dedos longos, passeando-os por suas pernas, até alcançar a calcinha. Quando encontrou a peça, afastou-a ligeiramente para o lado. – Abre as pernas, anjo...

Obedeceu. Afastou um pouco as pernas e permitiu que ele brincasse com os dedos, entre seus pelos e a vagina.

– É uma pena essa sua boquinha ser incapaz de falar a mesma língua que a sua buceta.... No sentido figurado, é claro. Porque você chupa, que é um negócio... – era um monólogo. Pedro falava para si, encantado com as respostas que o corpo dela oferecia. – Olha só... toda molhadinha...

Devagar, ele introduziu a parte bojuda dentro de sua vagina. Depois, delicadamente, encaixou a outra extremidade entre os grandes lábios, recostando a ponta sobre seu clitóris. Terminada a operação, recolocou a calcinha no lugar. Afastou-se e recostou-se na cadeira, dando a tarefa por encerrada.

– Só isso? – ela perguntou.

Ele ergueu as duas mãos, em sinal de rendição e assentiu com a cabeça.

– Só isso. Pode ir.

Anna Florença espasmou num risinho afetado. Girou nos calcanhares e lhe deu as costas. Saiu andando devagar, observando que o vibrador não causava desconforto. No meio da nave central, voltou-se. Recuperando o tênue poder que ia e vinha, provocou-o mais uma vez:

– Você sabe que eu tenho livre arbítrio, não é?

– Estou contando com isso, querida.

Ela deu de ombros. Sua brincadeira com Pedro Henrique, seu breve e intenso interlúdio erótico terminava ali: com aquele brinquedo sem graça e sem sentido, que atiraria no lixo, assim que chegasse no banheiro dos professores. Ridículo.

A poucos passos da porta, Pedro chamou sua atenção:

– Você tinha duas perguntas, professora. Ainda não respondi a segunda...

Voltou-se de novo. A ironia desaparecera de seu rosto. Restava um leve enfado, misto de irritação e desapontamento. Encarou-o, aguardando a resposta, com a mão pousada na porta.

– Tenho certeza que você não sabe... – Pedro continuou – Mas nenhum ponto da estrutura interna do Santo Ignácio, está além de cem metros de qualquer ponto no interior desta capela. Não é incrível?

– Sério?– ela zombou. – Nooossa. Me amarrota, Braden, porque eu tô passada. Como é que vivi até hoje sem essa informação?

– Viu? Sem mim, a sua existência seria insípida. Um enfadonho e cansativo anoitecer...

Anna Florença meneou a cabeça em uma negativa compulsiva. Uma sirene de perigo começara a soar, loucamente, dentro dela. Tinha alguma coisa ali. Com Pedro nada era simples. Olhou para a ponta dos pés. Burro ele não era. Além do que, mesmo desbragadamente inteligente, super gênio da física e astro midiático, Pedro também era cruel e cínico. Havia alguma coisa pairando no ar e se arrependeria, amargamente, se não alimentasse o roteiro cinematográfico que ele mesmo montara.

Voltou o rosto e perguntou:

– Tá bom, Pedro. Por que é importante eu saber disso?

Os olhos verdes se estreitaram. Ele pegou o próprio celular. Ergueu-o para que ela o visse. E respondeu:

– Porque esse é o alcance do meu bluetooth, meu bem.

A vibração aconteceu de um segundo para outro. Uma onda intensa, sem precedentes e sem preâmbulos, irradiou-se pelas paredes de sua vagina. O anel interno girou, pressionando seu ponto “G”. E vibrou, alucinadamente, espalhando uma corrente que descia pela cauda e alcançava seu clitóris, na outra ponta. As sensações foram tão fortes, que Anna Florença vergou os joelhos. Precisou segurar-se na porta da capela, para não cair. Sem se ater a onde estava, gritou:

– Pedro....

Sentado calmamente na cadeira do ministro, aos pés da cruz, Pedro Henrique a observava se contorcer e espasmar, a poucos passos da saída.

– Burn, Baby.... Burn.* – ele sibilava.

Quando ela estava prestes a ter um orgasmo, ele delicadamente deslizou o dedo na tela Touch Screen... e diminuiu a intensidade da vibração. Contemplou Anna Florença respirar fundo, passar as mãos débeis pela fronte suada, pelos cabelos, pela boca... Deixou que ela respirasse, que se aprumasse. Que se erguesse. E, então... começou tudo, outra vez: a vibração intensa e ensandecida explodia dentro dela.

– Para. Por favor, Pedro, pelo amor de Deus, para.... – gritou.

Ele não a atendeu. Torturou-a um pouco mais, apenas diminuindo a intensidade das vibrações.

– Onipotência, onisciência, onipresença. – a voz zombeteira ecoou límpida pela igreja. – Como você pode ver, não é difícil brincar de Deus....

Finalmente, com um gesto afetado, Pedro desligou o aparelho.

Anna Florença voltou para ele dois olhos marejados. O coração mal cabia no peito. Com a respiração ofegante, compreendeu que em momento algum tivera qualquer poder naquele jogo. Desde o princípio, ele era o dono das cartas, das regras e do próprio cassino.

Capaz de um sadismo ainda mais atroz, Pedro encerrou a sessão de tortura colocando nas mãos dela o destino dos dois:

– Deus não está aqui, Anna Florença, mas eu estou. Pode ir. Vá exercer o seu livre arbítrio. Se decidir parar de ser hipócrita, sabe muito bem a onde me encontrar. Só não se esqueça de quais são os meus termos."



É como eu digo. A pessoa chega a ser sem educação de tão gostosa e sexy. E aí? A fim de um diabo pra chamar de seu? Dia dos namorados chegando, solteira ou acompanhada, você merece um presente. Fica a sugestão, More. Leve o Pedro Henrique pra casa...! Saiba mais sobre o loiro, aqui.


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Beijooooooos da Rosa.

E até a próxima prosa!



 

* Queime, Baby.... Queime.

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