Querid@s Leitor@s:
Estou lançando meu quarto trabalho completo. Em tempos de isolamento e luta planetária contra o coronavírus, nada de interação social ou impressos. Mas, bem pertinho de vocês, neste espaço virtual onde tudo começou, carinhosamente lanço o livro em formato digital! #Leiaebooks!
Conforme o planejado, vou lançar dois livros por ano. Uma coletânea no primeiro semestre e um romance no segundo. Este Crônicas da Calcinha, volume 1, reúne as melhores crônicas que publiquei no Blog Calcinha Molhada, entre 2012 e 2019.
Muitas das narrativas eróticas aqui apresentadas, tem como pano de fundo as redes sociais. Por isso mesmo, dão conta de histórias que se iniciam nelas e, não raro, só acontecem no campo virtual. Outras, conseguem extrapolar os machs, as selfies, as exaustivas conversas do Messenger e do WhatsApp, para existirem na realidade concreta com todas as suas possibilidades.
Entre umas e outras tracei um fio condutor que procura imprimir uma certa ordem no imponderável, começando com um encontro que “não foi”, mas bem que poderia ter sido até a desistência, quando a insistência se corrói. Por trás desta ordem, a leitora sensível há de observar um outra história, que se desenrola em stand by ou, antes, uma espécie de back ground que emoldura o desenrolar das tramas.
Como foram concebidas dentro da proposta do Blog Calcinha Molhada, de transformar em palavras “desejos friccionais de dedos solitários”, as crônicas cumprem esse papel: transitam entre a fantasia e a realidade, partindo de uma para outra, numa eloquente via de mão dupla. Como um beija flor, bebe aqui e ali, embebendo-se dos lugares de onde brotam as palavras, transformando orgasmos em textos.
Reconheço que existe uma tensão perene nos textos. Ela parte de uma angústia que nos assola à tod@s, mas especialmente às mulheres, quando nos enrolamos e não desenrolamos de amores que nos consomem. Virtuais ou não. Assim, também falam de tentativas, idas, vindas, partidas e retornos. Mas, também, de rupturas, daquele momento m-á-g-i-c-o no qual conseguimos, poderosamente, chutar o pau da barraca! E mais: sair andando, batom e salto alto, sob a terra! Para finalizar, o epílogo: o príncipe que merecemos e que, sim, um dia bate à nossa porta, puro “educação em riste”, fechando e abrindo ciclos.
Esta travessia, que você agora percorre através das minhas palavras, não é apenas minha. Também é sua e de milhares de outras mulheres. É por isso que neste ponto, de agora em diante, você também se torna personagem das crônicas da calcinha.
Para nos acompanhar, convoquei o traço poderoso de Apollonia Saintclair, uma ilustradora francesa que faz do erotismo feminino poesia moderna, agressiva, profunda e plena das nossas contemporaneidades. No entanto, Apollonia é um mistério. Não sabemos quem ou que ela é. Nem mesmo “se é”. Famosa, mas sem biografia, rosto ou rastro, penso que Apollonia é parte de nós: porque nos reconhecemos nela, observamos nossas fantasias e realidades no seu traço, na sua “tinta de sangue”, como num sacrifício mensal.
Espero que possamos nos encontrar todas aqui, nestas crônicas e traços: você, Apollonia e eu.
Aproveite o trajeto!
R.M. FERREIRA
Comments